José Celso Martinez Corrêa

Diretor, dramaturgo, ator e encenador, José Celso Martinez Corrêa – orgiástico, antropofágico, inquieto, irreverente e inovador – começou sua carreira no fim da década de 1950 e destacou-se em 1960, quando esteve à frente do Teatro Oficina, formado por atores amadores da Faculdade de Direito da USP. Devido ao paralelo com a realidade brasileira, sua encenação da peça Pequenos burgueses, de autoria de Máximo Gorki, embora suspensa pela recém-estabelecida ditadura militar, rendeu-lhe inúmeros prêmios de melhor direção do ano, na condição de “a mais perfeita encenação stanislavskiana do teatro brasileiro”, motivo pelo qual voltou aos palcos um mês depois. A seguir, O rei da vela, de autoria de Oswald de Andrade, antecipou o Tropicalismo. Já Na selva das cidades, de autoria de Bertolt Brecht, abordou a profunda crise por que passava o país.

Dirigiu atores como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Raul Cortez, Bete Coelho, Flávio Império e peças de autores que vão de Chico Buarque a William Shakespeare, passando por Augusto Boal, Nelson Rodrigues, Henriette Morineau, Max Frisch e outros. Foi assim que se tornou um dos maiores artistas brasileiros. Com a recente realização da peça Vento forte para um papagaio subir – de sua própria autoria – José Celso dá, aos 80 anos, provas de vigor e criatividade.

Participou da coletânea Libertinos libertários.

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