José Leite Lopes foi um físico brasileiro especializado em teoria quântica de campos e partículas.
Cientista de renome internacional, combateu a ditadura e articulou a criação de instituições de pesquisa. Foi o grande articulador político da fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), instituto que criou com César Lattes em 1949. Além disso, participou de articulações para fundar outras instituições importantes, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF).
Em 1935, iniciou o curso de química industrial na Escola de Engenharia de Pernambuco e em 1940 ingressou no curso de física da Faculdade Nacional de Filosofia (antiga UFRJ), no Rio de Janeiro.
Em 1942, ganhou uma bolsa para trabalhar na mesma faculdade e no ano seguinte recebeu outra bolsa para a USP.
Doutorou-se em física na Universidade de Princeton, orientado por Wolfgang Pauli. É reconhecido internacionalmente por suas contribuições à física teórica, sobretudo nas seguintes áreas: predição da existência de um bóson vetorial neutro (bóson Z), através da elaboração de uma equação que mostrava a analogia da interação nuclear fraca com o eletromagnetismo, a partir da qual Steven Weinberg, Sheldon Glashow e Abdus Salam unificaram diversos fenômenos deste, motivo pelo qual ganharam o Nobel de Física em 1979; modelo de dominância do vetor na interação nuclear fraca; estrutura nuclear shell em reações fotonucleares; construção do espaço de Fock; definição do potencial pseudoscalar de um méson na teoria do dêuteron; demonstração da existência dos pares de mésons escalares; criação de modelos estruturais de leptons e quarks.
É o único físico brasileiro detentor do Unesco Science Prize.
Participou da coletânea “Tempo e história”.